domingo, 17 de janeiro de 2010

16/01/2010 - Florianópolis – A Chegada.

Saímos de São Paulo às 07:30.

Mas antes disso ainda, fomos dormir bem tarde. A Isadora chegou em São Paulo por volta das 5 da tarde de sexta-feira. Desse horário até a hora de dormirmos, fomos em uma grande loja de departamentos comprar um tênis para o Saulo, já que o mesmo estava pretendendo atravessar alguns países da América Latina com um tênis de skate! (risos..)

Enfim... Dormimos assistindo um clássico: “Ensina-me a viver”.

Nem o Saulo, nem a Isadora conseguiram assistir o final do filme.

Eu, obviamennte, dormi bem antes, já que já tinha visto o filme inteiro em oportunidades anteriores.

Tudo estava relativamente pronto para acordarmos às 6 da manhã de Sábado para seguirmos até a rodoviária para nos encontrarmos com o companheiro Marcelo e seguirmos viagem para Floripa às 07:30.

Certamente nos atrasaríamos um pouco, porém não o suficiente para atrasarmos a entrada no ônibus.

Durante a viagem vimos pouco a pouco o horizonte quadrado se transformar em porções ainda de florestas replantadas.

Na divisa de estado, entre São Paulo e Paraná, começamos a sentir o frio. O tempo começou a ficar nublado e pouco depois, vimos lá de cima do ônibus de dois andares, o asfalto da estrada ficar molhada.

Tive, particularmente, uma ponta de preocupação.

Por mais planejado que estávamos, ainda brotava uma incerteza na resposta da pergunta: O que vamos fazer quando chegarmos na Rodoviária de Florianópolis.

De fato, essa resposta estamos tendo a prática agora. Montamos acampamento dentro do Shopping Beira Mar, na Baía Sul de Floripa. Parte mais nobre.

Estamos aqui, defronte a um supermercado 24 Horas. Um desses supermercados que servem à uma parcela pequena da população. Em São Paulo, poderíamos compará-lo ao Pão de Açúcar, sabe?

Mas enfim... voltando ainda à viagem, ficamos cerca de 12 horas dentro daquele ônibus. Dormimos, ou melhor... dormi bastante. Acordamos, conversamos.

Nas paradas (2 no total) deu para comermos poucas coisas. Almoçamos na segunda parada. O meu prato estava razoávelmente variado: Arroz, Azeite, Batata Frita, Mandioca Frita e Polenta.

Por fim, esse almoço serviu apenas para complementar o que comemos na parada anterior: Pão com Azeite.

Tivemos um custo baixo de alimentação durante a primeira parte do trecho entre SP e Floripa.

Gastei menos de R$ 10,00 nas duas refeições.

E ainda falando de valores, a passagem saiu por R$ 89,00 no ônibus. Era possível ler na passagem: Convencional. Mas o ônibus era daqueles de dois andares. Ar condicionado e poltronas semi-leito.

Pelo que eu consigo me lembrar, vi o mar ao lado da estrada perto de Balneário Camburiú.

Uma cena linda!

A estrada passando literalmente do lado das rochas onde as ondas quebravam.

A entrada pela ponte paralela à ponte Hercílio Luz (Cartão Postal de Floripa – A Capital com maior IDH – Índice de Deesenvolvimento Humano – do Brasil) realmente é cinematográfica.

Logo ao desembarcar, e pegar as mochilas, tivemos o que eu acredito ter sido o nosso primeiro problema: Ao nos informarmos na própria rodoviária sobre o nosso segundo trecho – Floripa/BR à Montevideu/UR – também perguntamos sobre os documentos necessários para entrar no Uruguay: Carteira de Identidade Original.

Lembro exatamente de quando o Marcelo me perguntou sobre isso ainda em São Paulo. E também da minha resposta, dizendo-lhe que achava que a carteira nacional de habilitação também serviria. Porém, tivemos a confirmação negativa.

Fomos na delegacia nos informar. E teremos isso ppara resolver na segunda.

Mas a conclusão foi a de que o Marcelo precisa de uma carteira de identidade até o dia 20.

A nossa primeira solução esta pautada em tentar tirar um RG ppara ele, aqui em Santa Catarina. Isso pode se estender por uns dois ou três dias, conforme informações não precisas do policial civil que mais parecia um surfista.

Se isso não for possível, a nossa segunda proposta seria de entrarmos ilegalmente no Uruguay. Isso sem duvidas daria uma emoção à mais e também muitas idéias de futuros relatos, inclusive, para este blog.

Mas ainda estamos focados em atingir nossos objetivos aplicando e adotando o plano A, ou seja, a nossa primeira proposta: Tirar o RG do Marcelo por aqui e embarcar para Montevideu com tudo nos conformes.

Não tínhamos nada marcado aqui em Floripa. Chegamos literalmente sem saber onde ir após desembarcarmos. Eu estava com fome. Queria chegar em algum camping, armar a barraca, desfazer as malas e comer e depois pensar em tudo que estávamos vivendo.

Confesso que fiquei meio fora do ar quando pisei aqui.

Muita informação. As pessoas são diferentes. O dialeto que eles falam por aqui é quase uma outra lingua. Existe uma melodia peculiar.

Sinceramente teve um momento, que eu tentei acompanhar uma conversa que durou menos de 20 segundos entre dois taxistas em vão. (risos..)

As pessoas aqui são lindas. As mulheres um pouco coloridas demais.

Não existem pichações nas paredes. Nos ônibus não existem assentos especiais para deficientes ou idosos. Isso talvez indique o respeito mútuo da população local, não sendo necessário o Estado intervir com ordenamentos jurídicos específicos, obrigando a população a respeitar idosos, gestantes e deficientes físicos.

Por enquanto, a recepção foi tranquila. Porém, tivemos problemas com um sujeito que queria porque queria nos ajudar a todo custo.

Perguntamos para ele sobre um albergue. O sujeito nos levou à um albergue... literalmente um albergue! Desses que dormem os moradores de rua. Ao chegar na porta, eu estranhei. O prédio parecia um presídio, pintado de verde oliva e uma placa enorme da secretaria de Estado de Santa Catarina.

Na hora eu não tive coragem de explicar mais nada para esse cara. Ele parecia com tanta boa vontade, que realmente começamos a desconfiar de tanta benevolência.

Ele estava andando para cima e para baixo conosco, pela cidade, em busca de uma solução de pernoite.

Inclusive, foi dele a idéia de dormirmos na praça. Obviamente, depois dele ter nos levado para uma albergue de moradores de rua, que estava fechado (!!!), eu nem tive forças de dizer que ele era louco! Que jamais armaríamos uma barraca no meio de uma praça no centro da cidade, para passar uma noite.

Cá estamos, portanto. Dentro de um shopping. Na frente de um supermercado 24 horas.

Fizemos um banquete. Pão com broto de feijão e couve manteiga. Isso com patê de tofu e azeite extra virgem e seleta de legumes. (risos)

Estou com muito sono. Talvez partiremos daqui ainda nessa madrugada que nos tira de um sábado de viagem, para um provável domingo de sol em alguma praia de Floripa.

Mas são cenas de um próximo capítulo.

Um comentário:

  1. "O meu prato estava razoávelmente variado: Arroz, Azeite, Batata Frita, Mandioca Frita e Polenta"


    Mano, só carboidrato!!!

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