quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dia 25/01:

O dia amanheceu, acordamos junto com o sol. Havíamos combinado de sair do local do Encontro às 10 da manhã, mas entre arrumar as malas, encontrar o Saulo (que simplesmente havia sumido, havia uma garota dormindo sozinha na sua barraca e não sabia onde ele estava), tomar café da manhã e despedidas em geral, saímos do local às 12:00.

Saulo apareceu, ele havia ido dormir na floresta com uma outra “amiga” dele, que fizera na ocasião do Encontro.

Chegamos na rodoviária, fomos direto a alguma empresa que poderia nos levar até Colônia Del Sacramento.

Não pesquisamos muito e compramos a passagem na primeira empresa que encontramos. Estávamos com bilhetes para as 15:30.

Tínhamos que almoçar, usar a internete e resolver um “probleminha” financeiro até que um pouco grave.

Eu e a Isadora estamos sem dinheiro. Não estamos conseguindo acessar nossas contas bancárias no Brasil.

Talvez isso tenha sido um erro mesmo, visto que eu não me atentei para esse fato. Saí do Brasil com cerca de R$ 900,00 e com o restante na Banco Caixa Econômica Federal.

Talvez o caso da Isadora seja menos grave, visto que ela tem um cartão Internacional.

Enfim... encontramos uns amigos da Argentina, que também estavam no Encontro, Manuel e sua companheira (que não me recordo o nome).

Vamos almoçar juntos: Pizza!

Sem dúvidas um casal muito divertido, e foi ótimo encontrar com eles lá na rodoviária.

Trocamos alguns contatos após almoçar nessa pizzaria na frente da rodoviária. Acabamos demorando um pouco mais, devia à ótima companhia.

Tentamos voltar a tempo de entrar na internete, mas não me atentei para o fato de aqui em Uruguay, o padrão de tomadas ser diferente do Brasil, No Brasil usamos com frequencia o padrão de tomadas achatadas, sabe? Aqui no Uruguay só existem tomadas daquelas redondas.

Tive que gastar um tempo precioso para encontrar um adaptador. Mas como a rodoviária de Montevideo é praticamente um Shopping, foi fácil encontrar o tal adaptador em uma grande rede de supermercado daqui (Ta-Ta, uma espécie de Pão de Açucar, no Brasil).

Quando retornei à área de Wi-Fi (internete sem fio) do terminal rodoviário, já estava na hora de correr para a plataforma. Não deu tempo de mais nada.

Apesar do ônibus disponibilizar Wi-Fi (isso mesmo! Algumas empresas de ônibus disponibilizam Wi-Fi dentro dos ônibus!) eu estava sem bateria, por isso mais uma vez acabei me atrasando na postagem dos textos e na respostas dos meus e-mails.

Foram 4 horas de Montevideo até Colônia.

Chegamos na rodoviária de Colônia completamente perdidos (para variar um pouco! – Risos..)

Aprendemos que a melhor coisa a se fazer nesses casos é procurar a agência turística nesses terminais.

Encontramos uma, já que o terminal não é tão grande. Pegamos mapas e informações da cidade histórica de Colônia Del Sacramento.

Lá ainda conseguimos o endereço de um Camping que estava literalmente dentro do nosso curto orçamento. Pagaríamos 50 Pesos Uruguaios por cabeça, mais 150 Pesos Uruguaios pelas barracas.

Cambiando esses valores, já que 10 pesos uruguaios valem R$ 1,00, teríamos uma ótima oportunidade de economizar um bom dinheiro em nossa estadia em Colônia, que seria inicialmente de um dia.

Ficamos ainda na rodoviária para carregar o LapTop, mas a rede do terminal estava fora do ar. Conclusão: Mais atraso nas postagens – risos...

Ao sairmos da rodoviária, Colônia nos encantou. Uma cidadezinha pacata. Pouca movimentação de carros. O Clima ameno do sol que brilha até as 20:30 e queima muito, mas que na sombra, a brisa do Mar Del Plata refresca.

A nossa opção primeira teria sido a de ir de ônibus (Bus, no dialeto local), mas havia um taxista bem na frente do terminal, tomando o seu chimarrão, que obviamente percebeu que éramos turistas. Ele nos ajudou com as informações sobre como embarcar no ônibus que nos levaria até o Camping, mas acabamos perguntando por quanto ele nos levaria até lá.

Fechamos um valor pré fixado: 100 pesos!

Isso dá R$ 10,00 pela corrida. Ou seja, R$ 2,50 por cabeça.

Uma ótima vantagem para nós, visto que estávamos com um pouco de cansaço e eu, particularmente, com meu joelho latejando de dor.

Da rodoviária até o Camping foram cerca de 10 minutos.

A cidade realmente era encantadora. Muitas árvores. Poucos carros e muita...muita moto pelas ruas.

Aqui é comum demais. Quase não existem carros, e dos poucos que existem, todos são muito velhos. Chega a lembrar um pouco Cuba.

Aqui não houve ainda uma recente renovação de frota, devido à Ditadura que aqui, foi a mais recente dos países do Mercosul. Até o inicio da década de 90.

Porém a necessidade de locomoção foi suprida com as tais motos. Não existem motos “grandes”, ou seja, motos de grandes potências. Na verdade não vi uma única moto daquelas motos que vemos por São Paulo, por exemplo.

São todas motos pequenas, tipo aquelas Jog`s que encontramos até com facilidade por aí no Brasil.

E mobiletes também.

E literalmente todos aqui usam isso. E quando digo “todos”é porque são todos mesmo!

Desde senhores e senhoras de idade avançada até crianças de uns 12 ou 13 anos!

Aqui não é obrigatório o uso de capacete, mas notei que a educação no trânsito é altíssima.

Não importa onde você esteja, se um motorista vê que a sua intenção é atravessar a rua, eles realmente param para você atravessar.

Mas mesmo assim, é muito estranho ver às vezes uma família inteira em uma motoneta e todos sem capacetes.

Enfim... chegamos no Camping.

Pagamos e confirmamos os valores na recepção. Realmente parecia ser tudo aquilo que nos falaram sobre o local.

Tinha luz elétrica, banho quente e um bar na recepção.

Escolhemos o local para armar a barraca bem ao fundo do terreno do Camping. A minha barraca eu posicionei exatamente do lado de um ponto de energia elétrica, pois eu teria que carregar muitas coisas: Celular, LapTop, Lanterna e Câmera.

Terminamos de armar tudo por volta das 20:00. Tínhamos que jantar e essa seria o nosso próximo passo.

Quando estávamos chegando ao Camping, de Taxi, percebemos que passamos na frente de um shopping, o Shopping Colônia, e definimos que iríamos para lá.

Porém, devido ao meu joelho ainda dolorido, caminhamos muito devagar. Chegamos no Shopping faltando 10 minutos para as 22:00. Mas não existiam muitas opções para comermos. Era um shopping pequeno, com um único restaurante, e chinês.

Não existia nada para comermos que fosse “limpo” (leia-se: sem ovo e sem leite e sem nenhum ingrediente de origem animal!). Porém existia um supermercado, daquela grande rede, Ta-Ta.

Aquilo nos salvou!

Compramos pão, pizza, margarina vegetal, suco e uns doces.

Gastamos cada um cerca de 87 pesos.

Comprei ainda um chinelo, bem barato: 55 pesos, pois o meu eu esqueci em São Paulo.

Voltamos ainda a tempo de tomarmos um banho quente, por volta das 23:30.

Jantamos pizza! Acendemos uma fogueira para esquentá-la (pois compramos aquelas pizzas semi prontas).

Fomos dormir na sequencia. Fim de mais um dia, prontos para o próximo.

Câmbio.

domingo, 24 de janeiro de 2010

23/01/10

Reportando diretamente do Uruguay.

Faz algum tempo que não escrevo... talvez por uma questão de tempo mesmo, mas tenho aqui comigo um caderninho que a Isadora me deu no inicio da viagem, que estou usando como bloco de notas.

Vou relatar rapidamente como se deram os dias seguintes desde que escrevi pela ultima vez, ou seja... 17/01.

Pois bem... vou ter que recorrer um pouco à minha memória, mas como ainda estou em tratamente justamente de memória, talvez eu não me recorde de todos e todos os detalhes.

Mas no fundo... talvez os detalhes aqui não sejam muito importantes... ao longo desses dias aqui fora da babilônia tenho me questionado sobre fazer de cada dia uma longa história.

Acredito agora, que esse ou esses relatos tenham muito mais importância para mim mesmo, ou para todos nós que estamos fazendo e construindo isso juntos.

Tenho me emocionado a cada dia que acordo, talvez pelo simples motivo de estar descobrindo simplesmente coisas maravilhosas ao lado de pessoas tão importantes ou que estão se tornando importantes mais do que pareciam ser.

Enfim... Vamos aos relatos dos dias seguintes:

Dia 18/01, foi uma segunda-feira. Estávamos em Floripa ainda na ocasião.

Acordamos cedo... fomos para a praia de Campeche. Conforme relatei em outros relatos, ela continuava linda.

Donde estávamos até o caminho da praia, andávamos cerca de uns 10 minutos por entre as casas. Uma coisa me chamou atenção... os jardins das casas e a estrutura das casas. Todas com grandes jardins. Lindos jardins. Cada um decorado de formas distintas. Coloridas flores...

Neste dia, andamos mais pela orla, pela praia.

Encontramos um palanque. Uma espécie de observatório do mar, que estava perfeitamente abandonado.

Ou melhor... abandonado até que descobríssemos que estava abandonado.

Nesse dia, ficamos no mar. Nadamos muito e tínhamos como base de observação da praia esse palanque, que apesar da dificuldade de se subir (tínhamos que escala-lo para subir), dávamos uma visão privilegiada de toda a orla.

É até difícil descrever que isso fez com que a praia ficasse ainda mais linda. A linha do horizonte... a ilha em si.

Não demorou muito por ali... é claro que chegamos a conclusão de que deveríamos dormir um dia ali, para assistir o nascer do sol bem na linha do horizonte.

E assim foi feito. Voltamos para casa. Fizemos um verdadeiro banquete com direito a uma bela limonada feita com limões expropriados de um desses lindos jardins citados. Pegamos cada um, o seu saco de dormir e fomos por volta das 23:00 para a praia.

Chegamos lá, subimos no palanque e dormimos.

Dia 19/01:

Foi simplesmente o despertar mais lindo que assisti nos últimos tempos.

O Marcelo foi o responsável por acordar-nos.

Era mais ou menos 6 da manhã. O dia estava clareando, porém o sol ainda não havia dado sinal de aparecer.

Acordamos todos, saímos dos sacos de dormir como borboletas que saem de seus casulos e sentamos na parte da frente do palanque para aguardar o sol despontar no horizonte.

Enquanto esperávamos, notamos algo simplesmente muito estranho.

Uma sequencia de círculos, um ao lado do outro, e todos perfeitos entre si.

Eu particularmente não consegui encontrar uma explicação racional para acreditar na existência daquelas formas na areia.

Vimos pouco a pouco o sol aparecer. Tiramos, talvez, as fotos mais lindas até então dessa viagem.

Depois que o sol estava inteiramente exposto, eu desci para caminhar na praia.

Fui ao centro do desenho na areia, dos misteriosos círculos.

Talvez nem deveria estar escrevendo sobre isso, mas senti uma energia muito forte. Como se algo estivesse me torando do chão. Corri para o mar e mergulhei.

Com o tempo, os outros vieram também. Brincamos um pouco na areia e partimos para casa.

Cozinhamos um outro banquete, acompanhado ainda com os tais limões expropriados e dormimos por umas horas, durante a tarde.

No final da tarde, fomos ao outro extremos da praia, em um local que se chamava “Riozinho”.

Nada demais. Mas na volta, presenciamos uma ação de Libertação Animal que realmente nos fez brilhar os olhos.

Existia um pescador na água, com uma vara enorme, retirando peixes médios do mar.

De longe, reparei que um rapaz estava olhando para uma espécie de saco, com alguns peixes pescados que estavam na areia, onde o pescador estava colocando os peixes.

O rapaz passou correndo, pegou o saco e continuou a correr em direção ao mar.

O rapaz fez isso tão rápido, que o pescador nem reparou. Não esperei para ver a reação dele quando percebeu a ação.

Depois fui conversar com o rapaz que fizera tal ação. Por uma enorme coincidência, ele era vegetariano também, e disse que havia feito aquilo pois não concordava com o assassinato de peixes, e que fazia aquele tipo de ação com uma certa frequencia.

Durante o tempo que estava conversando com o rapaz, o restante do pessoal continuou a caminhar e demos uma separada. Eu acabei ficando sozinho na praia.

Estava precisando também...

Sentei um pouco na areia... fiquei refletindo sobre alguns pontos e resolvi caminhar até a casa onde estávamos ficando.

Ainda na praia, resolvi voltar correndo para casa. E quando estava ainda me alongando, acabei deslocando o meu joelho esquerdo.

Nunca senti tanta dor como senti.

Deslocar o joelho é alguma coisa que acontece com frequencia comigo, visto que por conta de alguns episódios passados, rompi um dos ligamentos desse mesmo joelho. Portanto, volta e meia meu joelho sai mesmo do lugar, mas eu sempre consigo, após um tranco, fazer com que ele volte.

Mas a dor dessa vez já me fez desconfiar que alguma coisa diferente havia acontecido.

Tentei de toda forma fazer com que o meu joelho voltasse.

Caí no chão quando isso aconteceu, de tanta dor.

Retornei para casa praticamente rastejando, mas consegui chegar.

Chegando lá, o Marcelo tentou me ajudar, mas não logramos êxito. Coloquei gelo no local e fui dormir enquanto os outros jantavam.

Na ocasião, eu simplesmente perdi a fome.

Dia 20/01:

Esse dia resumiu-se basicamente em transporte de hospital em hospital.

Saímos cedo de casa, eu e a Isadora. Ficaram na casa o Saulo e o Marcelo.

Fomos primeiro em um hospital para tirar radiografia. Depois fui encaminhado para um outro hospital para ser atendido por um ortopedista.

No hospital de radiografia, até que fomos atendidos rápido. Talvez tenhamos ficado por lá uma hora ou um pouco menos.

Fomos ao outro hospital, no centro da cidade de Floripa. Neste sim, ficamos muito tempo.

Chegamos por volta das 11 da manhã e fomos atendidos às 17:00.

Enfim... fomos atendidos por um médico que olhou as radiografias, encostou no meu joelho uma vez e disse que me daria 7 dias de atestado!

(risos..)

Eu pensei: “Legal, agora posso ficar 7 dias em casa, sem trabalhar!”

A conclusão foi a de que não adiantou para nada. Eu estava com esperança de ser atendido e que o médico fosse dar um tranco e que meu joelho fosse voltar.

Mas não aconteceu. No caminho de volta para casa, eu tive a ideia colocar uma atadura super apertada.

O médico havia dito que eu deveria ficar de repouso por 7 dias e procurar um especialista em ressonacia magnética para saber o que havia acontecido.

Sendo que iríamos seguir viagem no dia seguinte.

Ou seja, a viagem estava ameaçada, visto que todos já estavam prontos para ir, exceto eu, que agora estava com um sério problema no joelho, tendo que ficar de repouso.

E só de pensar que eu estava carregando uma mochila de 23 Kg e que essa viagem exigiria muito do nosso físico, seria quase que loucura eu continuar.

Cheguei a avisar minha mãe que estava abandonando a viagem, porém, assim que apertei a atadura no meu joelho, percebi que eu poderia ficar de pé, e andar, meio que mancando, mas eu não estava sentindo dores no local.

Chegando em casa, conversamos todos nós. Decidimos juntos que seguiríamos viagem juntos.

Jantamos juntos e a noite, já na madrugada, iniciamos um debate bastante produtivo e fervoroso sobre domesticação e violência, o que talvez gere um texto futuro sobre o mesmo tema.

Fomos dormir.

Dia 21/01:

Acordamos um pouco tarde, 10:00. O ônibus para Montevideo partiria às 14:15.

Estávamos planejando fazer alguma comida para levarmos no ônibus, pois seriam 18 horas de viagem entre Floripa e Montevideo no Uruguay.

A Isadora, durante a manhã, finalizou o trabalho artístico de reconstituição do documento de identidade do Marcelo, que estava completamente deteriorado e a fronteira deixava claro que o documento de identidade deveria estar EM PERFEITO ESTADO para podermos ingressar no Uruguay.

Eu fiquei arrumando minha mala, enquanto Saulo e Marcelo ficaram cuidando da comida para a viagem.

Não deu tempo para fazermos o pão de queijo (sem queijo, obviamente) da Vegan Staff.org (receita em: cozinhaveganstaff.blogspot.com), mas compramos 20 pães e recheamos parte com geléia de morango e maçã e a outra parte com margarina vegetal.

Chegamos na rodoviária às 13:30. Compramos as passagens, tiramos o dinheiro necessário e embarcamos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

17/01/2010 – A soja.

E assim aconteceu, conforme o previsto da postagem anterior.

Depois que terminei de escreve-la, começamos a nos movimentar para sairmos dali ainda durante a madrugada.

A Isadora e o Marcelo saíram em busca de informações com taxistas e retornaram ao acampamento base (em frente do supermercado da elite) com informações aparentemente preciosas de que todos nós precisávamos.

Disseram que pode R$ 40,00 um taxi nos levaria até Campeche, um bairro de Floripa onde existiriam uma porção de campings e baratos.

Não sei nem como acabamos concordando em seguir essas informações, mas o fato é que levantamos acampamento e cada qual com sua respectiva mochila seguiu para o taxi.

Sem dívida de que tudo aqui é dito meio que à primeira impressão. E isso acontece também com os valores cobrados por serviços não tabelados.

Optamos por fechar primeiro um valor pré estipulado com o motorista de taxi, que havia dito R$ 40,00, mas na hora, conseguimos por R$ 35,00 sem muito esforço.

Vimos o taxista acelerar fundo pelas largas avenidas da iluminada madrugada em Floripa.

Vimos bem de perto a famosa ponte Hercílio Luz, literalmente iluminada.

Mas confesso que esse momento não deu para ser nitidamente registrado pois o taxista realmente estava correndo bastante.

E quando eu perdi o meu tempo digitando aqui o termo “bastante”... leia-se 140 Km/h.

Realmente eu estava com o estômago gelado talvez de medo de tanta velocidade.

Porém, tudo estava dando muito errado, mas de uma forma quase que poética (perfeita imperfeição) tudo estava se encaixando pouco a pouco.

Após uns 25 minutos de viagem, chegamos em um ponto que parecia uma vila pequena, com ruas largas e sem calçada.

A instrução que tínhamos é de que chegando em Campeche, deveríamos perguntar sobre campings, pois haveriam muitos.

Porém, ao chegar, paramos em um barzinho para pedir algumas informações sobre os tais milhões de campings:

- Boa noite senhores, por favor vocês poderiam nos informar onde enconttraríamos um Camping? – perguntou Marcelo, que estava sentado ao lado do motorista do taxi.

Marcelo perguntou isso aos 3 únicos clientes daquela bar. Pareciam ser moradores locais.

Eles se enttreolharam e um deles respondeu:

-Camping? Aqui?

Nessa hora, eu fiz questão de prestar mais atenção no que estava acontecendo. Pensei comigo: “Caramba... saímos de lá, para gastar R$ 35,00 e chegar aqui e ninguém saber de camping? Como assim?”

Realmente o diálogo foi bem tenso. Se os próprios morados locais não sabiam onde existiam campings em Campeche, qual o sentido de um grupo de taxista dizer que em Campeche haviam milhões de campings?

Seguimos então em linha reta até que chegamos em uma corrente que atravessava a rua inteira. Ali era o limite de trânsito de carros. E além daquela corrente, literalmente era a praia.

Marcelo se prontificou a descer e ir verificar a existência de alguma alma viva naquele cenário.

Ficamos no carro eu, a Isadora e o Saulo... e sim, o motorista.

Marcelo voltou com más informações: Não existiam campings ali, segundo um grupo de jovens que retornavam da praia.

Porém, a Isadora levantou a hipótese de ter visto passar, durante o percurso de carro até aquele ponto, um camping.

Resolvemos que não adiantava mais nada ficar ali com o taxista. Pegamos nossas mochilas e deixamos o taxista voltar para o centro, enquanto nós... bom... nós iríamos andar um pouco a pé para tentar encontrar os tais “milhões” de campings que existiam em Campeche.

Começamos a andar no sentido oposto ao da praia.

Caminhando por uns 5 minutos, percebemos a presença de um rapaz que caminhava meio cambaleando pouco atrás de nós.

Saulo se inspirou para manter um contato direto com o tal rapaz.

De longe algumas caracteristas fizeram Saulo ter essa inspiração. O Rapaz vestia uma bermuda jeans, tênis all star e uma camisa preta com um escrito enorme: PUNK ROCK.

Saulo interceptou o elemento quando ele passou por nós. Perguntamos se ele conhecia algum camping por ali.

Ele respondeu que não, e que morava ali em Campevhe somente há 6 meses.

Sinceramente, se um rapaz que mora há 6 meses em um bairro super pequeno de Floripa não sabia nos informar, isso já me colocou em uma posição de desistir e aceitar que em Campeche efetivamente NÃO existiriam campings e que deveríamos retornar para a praia e ficar na areia conversando até amanhecer e durante o dia retornar para o centro e efetivamente nos informar com pessoas que realmente saberiam nos guiar...

Porém Saulo me surpreendeu com uma pergunta que ofertara ao rapaz, cujo nome já havia sido revelado: Junior.

Saulo perguntou se ele poderia nos ceder um espaço para dormir na casa dele, ou no quintal dele.

Estávamos recém chegados do centro de Floripa onde tivemos uma dor de cabeça com aquele rapaz que queria super nos ajudar.

O que nos faria acreditar naquele rapaz?

Sinceramente, o rapaz me pareceu uma boa pessoa. Estava meio bêbado, mas ainda assim, uma boa pessoa.

Explicamos por alto a nossa situação, e dissemos que daríamos algum dinheiro para ele.

Fechamos, portanto, R$ 5,00 por cabeça. Pagamos então R$ 20,00 e ele aceitou nos levar para sua casa e que poderíamos montar nossas barracas no quintal da casa dele.

Entregamos o dinheiro que imediatamente foi gastou com umas 3 latinhas de cerveja... mas enfim, estávamos no meio da madrugada e super cansados. Eu simplesmente abstraí o ato em sí e só queria chegar nesse quintal logo e armar minha barraca e dormir!

Andamos e andamos...

Eu estava realmente cansado, assim como todos os outros.

Chegamos finalmente, depois de uns 20 minutos de caminhada com nossas mochilas pesadas em uma casa grande que estava dividida em umas 4 ou cinco casinhas.

Ele morava no andar de cima.

Quando eu entrei pelo portão principal, me deparei com um gramado lindo, onde 2 carros estavam estacionados, porém Junior nos encaminhou à um canto do terreno onde literalmente existia um mato cortado. Bem diferente do gramado lindo.. (risos..)

Mas como “cavalo dado não se olha os dentes”. Vi que era ali mesmo e eu não quis perder muito mais tempo acordado.

Montamos apenas duas barracas. Na primeira dormiram o Marcelo e o Saulo e na segunda, eu e a Isadora.

Ao entrarmos na barraca, percebi que enfrentaríamos uma noite de muito calor...

Só não imaginava o quanto....

Muito calor!

Dentro da barraca estava muito abafado.

A Isadora sentiu falta de ar de tão abafado que estava. Eu quase cheguei a sentir, mas chegou um momento que eu tive que ter uma meditação muito forte para entender que quanto mais desesperado com aquela situação que eu ficasse, mais calor eu sentiria.

Fomos dormir, finalmente, por volta das 04:30 da manhã de domingo.

Durante o final da madrugada, choveu... mas choveu pouco.

Acordamos por volta das 10 da manhã.

Quando acordei, percebi que Marcelo não estava na sua barraca. Ele havia acordado mais cedo e foi dar uma volta pela região.

Ao acordar fomos impelidos a sair da barraca que estava muito mais quente e abafada.

O tempo ainda estava nublado, mas sem chuva.

Desmontamos tudo. Eu, a Isadora e o Marcelo tomamos um banho em um cano de água que havia atrás donde armamos nossas barracas.

Enquanto estava arrumando minha mochila ppara mais um provável dia de correria atrás de um ponto definitivo para nossas barracas, a Isadora ouviu um som emitido por um desses programas de bate papo pela internete (MSN).

O som parecia vir do apartamento do Júnior. Então ela e o Saulo foram até lá pedir para ele deixar nós procurarmos algum telefone de algum camping em Floripa.

Eis que pouco depois, descem do apartamento a Isadora, o Saulo e um amigo do Junior que morava com ele.

Eles desceram com algumas sugestões. Deu algumas dicas de uns campings que seriam em torno de R$ 25,00 a diária por cabeça. Porém, apresentou uma sugestão de que poderíamos ficar ali onde estávamos por R$ 10,00 por cabeça e que para isso bastaria que conversássemos com a proprietária do terreno ao qual estávamos ocupando.

E havia ainda uma terceira opção, que era conversar com essa mesma moça, sobre uma casa nesse mesmo terreno que estava para ser alugada, por temporada mesmo e que essa casa sairia R$ 70,00 por dia.

Antes de mais nada, partimos para a terceira opção, a de ficar na casa, porém, tentaríamos abaixar o valor de R$ 70, para R$ 60.

A moça nos levou para conhecer a casa.

Dois quartos, sala, cozinha, área de lavanderia, banheiro.

Camas. Utensílios de cozinha. Ventilador. TV tela plana 29”.

Parecia até brincadeira, mas entramos na casa, vimos tudo e na sala eu fiquei frente a ffrente com ela e perguntei sobre a ppossibilidade de pagarmos R$ 60 por dia.

Rapidamente ela disse que sim, e tão rapido quanto ou talvez até mais rápido ainda, eu disse ao pessoal: “Negocio fechado, vamos buscar as mochilas!”.

Parecia um sonho mesmo.

Cada um ocupou um quarto. Eu e a Isadora ficamos em um quarto. Saulo e Marcelo em outro.

Colocamos tudo em seus lugares e fomos finalmente curtir um pouco de Floripa.

Fomos à praia de Campeche.

Realmente demasiadamente linda!

Marcelo não entrava no mar há uns 3 anos.

A praia estava razoavelmente vazia.

Nosso plano estava focado em irmos à praia e fazermos compras para um almoço reforçado.

O nome da avenida que liga a casa onde estamos ficando à praia é: Avenida Pequeno Principe.

Visitando um monumento de homenagem ao Marco do Campeche, descobrimos que ali teria sido um dos primeiros pontos de aterrissagem e decolagem de aviões comerciais no Brasil. E dentre os pilotos entusiastas citados em uma pequena lista estava listado o nome de nada mais, nada menos do que Antoine De Saint-Exupéry, autor do clássico O Pequeno Principe.

Isso deixou claro a relação do monumento com o nome da avenida principal de Campeche.

Voltando da praia, passamos em um mercadinho nessa avenida.

Compramos e ficamos felizes por termos encontrado carne de soja para o nosso almoço, ou melhor... para o famoso espetinho de soja do Marcelo (que já teve a oportunidade de ter ido ao Restaurante Lar Vegetariano em São Paulo Capital sabe do que estou falando! O Marcelo era o responsável por preparar e distribuir os espetinhos de soja!)

Chegamos em casa, tivemos um verdadeiro banquete! Esse sim foi um banquete!

Dormimos na sequencia...

Acordamos por volta das 9 da noite e ficamos ouvindo música e preparando a nossa janta, que foi o resto do que sobrou do nosso almoço.

Feito isso, a Isadora ainda foi dormir mais um pouco. Eu fiquei escrevendo no quarto, ao lado dela. Saulo e Marcelo ficaram lá fora conversando com uma argentina que conhecemos hoje também, e que esta ficando na casa do Junior.

Por volta das 11 da noite, saímos para dar uma volta pela praia.

O céu estava lindo! Sem nuvens e as estrelas mais brilhantes do que nunca.

Fomos verificar o encontro do mar com as estrelas no horizonte visto da ilha de Santa Catarina.

Uma das cenas mais lindas que já vi.

Voltando da praia, nos deparamos com algumas intervenções realmente inusitadas até agora.

Algumas frases e stencils com os dizeres: Seja Vegetariano em alguns pontos estratégicos.

Registramos tudo e voltamos para casa.

São 05:33 da madrugada de Segunda (18/01/2010).

A Isadora dorme igual um bebe aqui do meu lado.

Saulo e Marcelo no quarto ao lado.

Que venha o nascer do sol, para mais um dia em Floripa.

Hoje (segunda) será o dia que verificaremos a situação do RG do Marcelo, para seguirmos viagem para o Uruguay. Tivemos durante o dia, a informação de que a mãe do Marcelo encontrou o RG dele lá em São Paulo.

Hoje (segunda) e amanhã (terça) estaremos aguardando essa documentação chegar via Sedex 10 aqui na casa que alugamos, para então partirmos.

Temos previsão de sair de Floripa na Terça às 14:00 com destino à Montevideo, Uruguay, para o Encuentro de Liberacion Animal 2010.

Até lá sabemos que vamos viver muitas coisas por aqui, e vocês ainda terão que ler e ver muita coisa por aí.

Câmbio...

domingo, 17 de janeiro de 2010

16/01/2010 - Florianópolis – A Chegada.

Saímos de São Paulo às 07:30.

Mas antes disso ainda, fomos dormir bem tarde. A Isadora chegou em São Paulo por volta das 5 da tarde de sexta-feira. Desse horário até a hora de dormirmos, fomos em uma grande loja de departamentos comprar um tênis para o Saulo, já que o mesmo estava pretendendo atravessar alguns países da América Latina com um tênis de skate! (risos..)

Enfim... Dormimos assistindo um clássico: “Ensina-me a viver”.

Nem o Saulo, nem a Isadora conseguiram assistir o final do filme.

Eu, obviamennte, dormi bem antes, já que já tinha visto o filme inteiro em oportunidades anteriores.

Tudo estava relativamente pronto para acordarmos às 6 da manhã de Sábado para seguirmos até a rodoviária para nos encontrarmos com o companheiro Marcelo e seguirmos viagem para Floripa às 07:30.

Certamente nos atrasaríamos um pouco, porém não o suficiente para atrasarmos a entrada no ônibus.

Durante a viagem vimos pouco a pouco o horizonte quadrado se transformar em porções ainda de florestas replantadas.

Na divisa de estado, entre São Paulo e Paraná, começamos a sentir o frio. O tempo começou a ficar nublado e pouco depois, vimos lá de cima do ônibus de dois andares, o asfalto da estrada ficar molhada.

Tive, particularmente, uma ponta de preocupação.

Por mais planejado que estávamos, ainda brotava uma incerteza na resposta da pergunta: O que vamos fazer quando chegarmos na Rodoviária de Florianópolis.

De fato, essa resposta estamos tendo a prática agora. Montamos acampamento dentro do Shopping Beira Mar, na Baía Sul de Floripa. Parte mais nobre.

Estamos aqui, defronte a um supermercado 24 Horas. Um desses supermercados que servem à uma parcela pequena da população. Em São Paulo, poderíamos compará-lo ao Pão de Açúcar, sabe?

Mas enfim... voltando ainda à viagem, ficamos cerca de 12 horas dentro daquele ônibus. Dormimos, ou melhor... dormi bastante. Acordamos, conversamos.

Nas paradas (2 no total) deu para comermos poucas coisas. Almoçamos na segunda parada. O meu prato estava razoávelmente variado: Arroz, Azeite, Batata Frita, Mandioca Frita e Polenta.

Por fim, esse almoço serviu apenas para complementar o que comemos na parada anterior: Pão com Azeite.

Tivemos um custo baixo de alimentação durante a primeira parte do trecho entre SP e Floripa.

Gastei menos de R$ 10,00 nas duas refeições.

E ainda falando de valores, a passagem saiu por R$ 89,00 no ônibus. Era possível ler na passagem: Convencional. Mas o ônibus era daqueles de dois andares. Ar condicionado e poltronas semi-leito.

Pelo que eu consigo me lembrar, vi o mar ao lado da estrada perto de Balneário Camburiú.

Uma cena linda!

A estrada passando literalmente do lado das rochas onde as ondas quebravam.

A entrada pela ponte paralela à ponte Hercílio Luz (Cartão Postal de Floripa – A Capital com maior IDH – Índice de Deesenvolvimento Humano – do Brasil) realmente é cinematográfica.

Logo ao desembarcar, e pegar as mochilas, tivemos o que eu acredito ter sido o nosso primeiro problema: Ao nos informarmos na própria rodoviária sobre o nosso segundo trecho – Floripa/BR à Montevideu/UR – também perguntamos sobre os documentos necessários para entrar no Uruguay: Carteira de Identidade Original.

Lembro exatamente de quando o Marcelo me perguntou sobre isso ainda em São Paulo. E também da minha resposta, dizendo-lhe que achava que a carteira nacional de habilitação também serviria. Porém, tivemos a confirmação negativa.

Fomos na delegacia nos informar. E teremos isso ppara resolver na segunda.

Mas a conclusão foi a de que o Marcelo precisa de uma carteira de identidade até o dia 20.

A nossa primeira solução esta pautada em tentar tirar um RG ppara ele, aqui em Santa Catarina. Isso pode se estender por uns dois ou três dias, conforme informações não precisas do policial civil que mais parecia um surfista.

Se isso não for possível, a nossa segunda proposta seria de entrarmos ilegalmente no Uruguay. Isso sem duvidas daria uma emoção à mais e também muitas idéias de futuros relatos, inclusive, para este blog.

Mas ainda estamos focados em atingir nossos objetivos aplicando e adotando o plano A, ou seja, a nossa primeira proposta: Tirar o RG do Marcelo por aqui e embarcar para Montevideu com tudo nos conformes.

Não tínhamos nada marcado aqui em Floripa. Chegamos literalmente sem saber onde ir após desembarcarmos. Eu estava com fome. Queria chegar em algum camping, armar a barraca, desfazer as malas e comer e depois pensar em tudo que estávamos vivendo.

Confesso que fiquei meio fora do ar quando pisei aqui.

Muita informação. As pessoas são diferentes. O dialeto que eles falam por aqui é quase uma outra lingua. Existe uma melodia peculiar.

Sinceramente teve um momento, que eu tentei acompanhar uma conversa que durou menos de 20 segundos entre dois taxistas em vão. (risos..)

As pessoas aqui são lindas. As mulheres um pouco coloridas demais.

Não existem pichações nas paredes. Nos ônibus não existem assentos especiais para deficientes ou idosos. Isso talvez indique o respeito mútuo da população local, não sendo necessário o Estado intervir com ordenamentos jurídicos específicos, obrigando a população a respeitar idosos, gestantes e deficientes físicos.

Por enquanto, a recepção foi tranquila. Porém, tivemos problemas com um sujeito que queria porque queria nos ajudar a todo custo.

Perguntamos para ele sobre um albergue. O sujeito nos levou à um albergue... literalmente um albergue! Desses que dormem os moradores de rua. Ao chegar na porta, eu estranhei. O prédio parecia um presídio, pintado de verde oliva e uma placa enorme da secretaria de Estado de Santa Catarina.

Na hora eu não tive coragem de explicar mais nada para esse cara. Ele parecia com tanta boa vontade, que realmente começamos a desconfiar de tanta benevolência.

Ele estava andando para cima e para baixo conosco, pela cidade, em busca de uma solução de pernoite.

Inclusive, foi dele a idéia de dormirmos na praça. Obviamente, depois dele ter nos levado para uma albergue de moradores de rua, que estava fechado (!!!), eu nem tive forças de dizer que ele era louco! Que jamais armaríamos uma barraca no meio de uma praça no centro da cidade, para passar uma noite.

Cá estamos, portanto. Dentro de um shopping. Na frente de um supermercado 24 horas.

Fizemos um banquete. Pão com broto de feijão e couve manteiga. Isso com patê de tofu e azeite extra virgem e seleta de legumes. (risos)

Estou com muito sono. Talvez partiremos daqui ainda nessa madrugada que nos tira de um sábado de viagem, para um provável domingo de sol em alguma praia de Floripa.

Mas são cenas de um próximo capítulo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Início

Olá,

Aqui quem vós escreve é o Eduardo Costa.
Nada melhor do que começar com uma típica explicaçao de quem sou eu, mesmo ainda ciente do estágio em que me encontro de profunda descoberta.
Muitos por aí ainda me conhecem por Amir Abdul, nome que, sinceramnete, hoje aceito bem mais do que o primeiro citado.
Batismo para mim nunca fez muito sentido. Aliás... fez sim... durante anos fui à igreja aos domingos. Meu nome cristão de batismo, portanto é Eduardo. Porém o nome pelo qual sou conhecido é Amir Abdul Hasib Ali, ou simplesmente... Amir. Tanto na comunidade da religião que estudo, tanto no meu dia a dia.

Hoje foi um marco. Liguei para o contador da empresa em que trabalhava para solicitar o fechamento das minhas contas e o encerramento das minhas atividades ali desenvolvidas. E quando falei ao telefone: "Pois bem, gostaria de solicitar que enviasse a minha rescisão e todos os documentos que tenho que assinar para efetivar a minha demissão advinda de um acordo com meu antigo empregador".
Eu trabalho com esse contador há uns 8 meses. Nos conhecemos apenas por telefone. E eu sempre geri todas as entradas e saídas de funcionários daquela empresa. Sabia de cada movimentaçao. Aliás... sabíamos... eu e ele!
Ele, assim como todos ali naquele ambiente de trabalho, me conhecem simplesmente por Amir...
E pedi para que fechasse as minhas contas.
Eis que descobri que ele, o contador, não tinha a mínima noção de que o Amir era a mesma pessoa que o Eduardo.
Pois bem... talvez essa história seja apenas a primeira dessa fase que iniciou-se um tempo atrás.
Não faz muito, na verdade... mas sei que renderiam linhas e mais linhas.
O fato é que aqui estou... relatando apenas o primeiro dia dessa, que será, sem dúvida nenhuma uma grande viajem, mas antes disso, um grande momento de aprender ainda muito mais.

O enredo:
Sempre tive muita vontade de conhecer a América do Sul e suas origens. Há alguns anos venho projetando viagens que acabam nunca acontecendo por diversos motivos. Mas que agora parece que a vontade encontrou um vão entre a oportunidade e hoje, nesse exato momento dessa madrugada agradável do dia 15 de Janeiro, encontro-me com a minha passagem já em mãos e preenchidas para o primeiro destino cuja origem é Sao Paulo/SP-Brasil e destino Florianópolis/SC-Brasil.
Trajeto inicial de uma longa jornada em que eu e mais 2 amigos e uma amiga vamos enfrentar, à princípio, por uns 30 dias (um pouco menos ou um pouco mais...)

Os integrantes:
Idealizei, desta vez, algo sozinho. Mas em uma conversa inusitada com uma amiga e ex namorada (Isadora), ela demonstrou interesse em participar.
Meio que sem querer, intimei um amigo do interior de São Paulo (Saulo) a estar conosco nessa jornada... Que por sorte de um destino, aceitou o convite e hoje, nesta madrugada, dorme no chão do meu quarto, aguardando o dia amanhecer para arrumarmos as malas para partirmos na manhã desse sábado (16/01/2010).
Por um mero acaso, encontrei um outro amigo em uma lanchonete vegetariana em São Paulo, e aproveitei o ensejo para pedir-lhe o saco de dormir emprestado para a Isadora. Eis que esse meu amigo (Marcelo) disse que entraria de férias justamente no Sábado (16/01/2010) e que queria ir também!

O Percurso:
Análises de coincidências de destino à parte, o time de viagem esta bem preparado para as intempéries que podemos enfrentar nessa jornada.
Isadora, Amir, Saulo e Marcelo, esse é o grupo que seguirá junto, primeiramente aos confins do Brasil, atravessando na sequencia, para o Uruguai, ou em Guarani: Rio de Pássaros Coloridos. Depois seguindo rumo à Buenos Aires, ou Capital Federal na Argentina.
Pretendemos cruzar a Argentina por Córdoba, na Cardilheira Argentina e atravessa-la até Santiago, já os pés da Cordilheira Chilena.
Uma passada em Valparaíso, para um banho nas geladas águas do Pacífico Sul.
Um fetiche meu, talvez... mas será como um sonho antigo se realizando.
Assim talvez como seja tão fetiche querer pisar nas águas do Rio do Prata, em Colônia, no Uruguai, antes de embarcar para Buenos Aires, do lado oposto desse mesmo Rio.

Os Objetivos:
Sem dúvidas teria no mínimo uns 15.000 caracteres para descrever o que talvez me fez largar tudo em São Paulo e me jogar sul adentro para essa descoberta. Mas filosofias à parte, tenho, ou melhor... temos alguns objetivos em comum...
À princípio, temos um evento para participar, em Montevideo, no Uruguai, nos dias 22, 23 e 24 de Janeiro de 2010, que é o Encuentro por la Liberacion Animal 2010.
Talvez esse seja o nosso único objetivo pautado em datas específicas. Fora esse, temos datas abertas. Sem previsão de chegada, nem de partida. E estaremos ao sabor das nossas próprias vivências.

As Caracteristicas Específicas:
Como relato acima, meu nome é Eduardo. Tenho 28 anos de idade. Sou Natural do Rio de Janeiro, mas moro em São Paulo há uns 3 anos (não me recordo ao certo, mas acredito ter sido fiel na previsão). Sou vegetariano ortodoxo, ou seja, sem ovo e sem leite! Escrevo e amo escrever. Trabalhava, conforme já relatado, em um restaurante ovo-lacto vegetariano, exercendo a função de coordenador da área administrativa/financeira.
Pedalo.
Ou melhor... respiro os meus melhores momentos ao lado, ou melhor... em cima da minha, ou melhor... das minhas bicicletas.
Tenho duas. Uma speed e uma de Free Ride.
Com a Speed já viajei bastante. Já fui e voltei algumas vezes para o Rio de Janeiro. Mas o lugar mais longe que eu fui com ela, talvez tenha sido para Belo Horizonte, em Minas.
Adoro realmente viajar.
E talvez as minhas adorações também estejam na leitura e na escrita.
Escrevo e já escrevi em muito Blogs.
Hoje escrevo alguns blogs pessoais (não! Vocês não terão acesso à eles! - risos..) e alguns políticos, que falam basicamente sobre a vida na grande Babilônia SP e sobre questões que eu ainda me proponho a defender, traçando discussões sobre Ética e Respeito à Vida.
Estou prestes a entrar na minha quarta faculdade.
Talvez esse dado tenha sido importante para você, caro leitor, me colocar em uma posição de respeito perante à academia. Porém, relaxa! É sim a minha quarta faculdade que estou pretendendo entrar. Mas nenhuma das outras anteriores foram concluídas.
Já fiz Biologia - Um período
Direito - Dois anos e meio
Jornalismo - Um ano
e Finalmente.. e espero realmente que "finalmente"... Ciências Sociais.
Na verdade, esta última ainda não obtive ainda certeza de ter passado. Prestei as provas da Fuvest 2010. Passei na primeira fase. Na segunda fase considero que fui bem no primeiro e no terceiro dias e médio no segundo dia.
Estou muito confiante nisso. Tanto que já incumbi um procurador para efetivar minha matrícula na USP. Já que eu mesmo estarei, na ocasião do resultado e da matrícula, talvez perdido em algum ponto das Cordilheiras.
Vegan Staff.org - Onde eu vou... estou representando essa organização ao qual faço parte.
Vejamos o que mais poderia ser dito...

Bom.. sobre os outros, apesar de considerá-los como irmãos e irmã... não vou escrever muito além do que se sabe sobre ambos. Apenas o necessário, ok?

Isadora: Artista Plástica. Também Vegetariana Ortodoxa. 23 anos. Articuladora do grupo Capim Capivara de teatro de bonecos.
Saulo: Formou-se no final do ano passado em Publicidade e Propaganda. 20 anos. Também Vegetariano Ortodoxo. Sem dúvidas um profundo estudioso de formas de mudanças e processos internos dos mais sinceros. Hoje ele é articulador do Projeto Extinção, um grupo que atua no intuito de desmascarar as faces da exploração humana e não humana. Já fizemos algumas ações em conjunto (Vegan Staff.org e Projeto Extinção).
Articulador também do projeto Radiola Dub, que através do som (Dub - uma espécie de reggae eletrônico - me corrijam se estiver falando alguma besteira, ok?), passam mensagens de Paz e Harmonia aos ouvintes da boa música!
Marcelo: Técnico em eletroeletrônica. Vegetariano Ortodoxo. Grande irmão meu e talvez a pessoa mais sincera que eu tenha tido a oportunidade de conhecer até hoje. Entende muito de som. Ator de teatro. Temos alguns projetos em andamento. Talvez iremos formar uma banda de hardcore que trate sobre o tema de Libertaçao Animal, assim que retornarmos dessa viajem.

Notas Finais:
Por hora, acredito que é só. Pretendo manter esse espaço atualizado com os relato de onde estamos e o que fizemos e o que vamos fazer.
Tenho ainda que relatar os projetos ao qual essa jornada esta atrelado. Coisa e assunto a ser visto nas próximas postagens.

Aviso:
Sem dúvidas existirão ao longo de todas essas postagens, erros de digitação bem pertinentes ao momento em que me encontro em liberdade de manter esse espaço como algo que eu possa ensaiar meus relatos, para então, em um futuro distante ou não, elaborar outras formas de viabilizar as experiências aqui relatadas de outras formas... como livros, zines, documentários... enfim. Peço, portanto, desculpas sinceras aos admiradores da nossa lingua portuguesa por tais erros. Entendam que alguns podem ser fruto da falta de tempo mesmo... da digitaçao em lugares não convencionais, das intempéries ambientais (frio/calor).. do sono, ou até mesmo de falhas de conhecimento minhas mesmo.
(Cá entre nós, vocês irão reparar muitas falhas na digitação de acentos ortográficos advinda da minha ainda falta de prática com o teclado do LapTop...)

Endereços Citados nesta primeira postagem:

www.veganstaff.org
www.projetoextincao.blogspot.com.br
www.capimcapivara.blogspot.com.br

Contatos:
Amir Abdul Hasib Ali, ou.. Eduardo Costa
shiaabdulhak@gmail.com.br